quarta-feira, 4 de novembro de 2020

 VIA ALGARVIANA 

 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945





VIA ALGARVIANA




A Rota Completa é um trilho de 314,9 quilómetros com início em Alcoutim, Algarve, e que pela serra algarvia chega ao Cabo de São Vicente. 

A trilha é usada principalmente para caminhadas, mountain bike e mochila.

Isso pode ser feito a pé ou de bicicleta em uma variedade de passos e pontos de partida. Este percurso percorre cidades históricas e aldeias pitorescas, e muitas povoações e oferece a opção de desfrutar de inúmeras atracções culturais e admirar as deslumbrantes vistas montanhosas. Pode ser feito em uma variedade de ritmos e pontos de partida. Percorre todos os tipos de terreno, off-road, pavimentado, acidentado e rochoso em algumas áreas.

A Via Algarviana é uma grande rota pedestre que liga Alcoutim ao Cabo de S. Vicente, ou se preferirem que liga o Cabo de São Vicente a Alcoutim com uma extensão de mais de 300 quilómetros, na sua maioria instalados na Serra Algarvia percorrendo as serras do Caldeirão, Monchique e Espinhaço de Cão

O itinerário atravessa 11 concelhos do Algarve (Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Tavira, S. Brás de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos, Portimão e Vila do Bispo) e cerca de 21 freguesias, sendo que em mais dois concelhos há ligações ao itinerário principal .

Sem ligação directa à Via Algarviana temos apenas cinco concelhos: 

Vila Real de Santo António, Olhão, Faro, Albufeira e Lagoa

O percurso completo é uma caminhada de vários dias, ao longo da Via Algarviana (GR13), que liga Alcoutim ao Cabo de São Vicente ou vice versa






Como surgiu a Via Algarviana?

Nasceu em 1995, fruto da troca de ideias e da conjugação de esforços entre a Associação Almargem e os Algarve Wallkers, com o objectivo de implementar uma rota pedestre entre o Baixo Guadiana e o Cabo de S. Vicente, atravessando o interior do Algarve.
A Via Algarviana viu o seu projecto aprovado em 2006, no âmbito de uma candidatura ao PROAlgarve, apresentado pela Almargem.

O projecto foi liderado pela Almargem e teve como parceiros a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve, a Associação de Municípios e as Câmaras Municipais de Alcoutim, Castro Marim, Tavira, S. Brás de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos e Vila do Bispo.

No final de 2010 a Almargem viu uma nova candidatura ser aprovada, desta vez ao POALGARVE21 e envolvendo novamente a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve, a Associação de Municípios, e as Câmaras Municipais de Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Lagos, Loulé, Tavira, Monchique, S. Brás de Alportel, Silves e Vila do Bispo.

http://almargem.org/site/index.php?option=com_content&view=article&id=14&Itemid=15



PERCURSOS - SECTORES 

Etapas / Distâncias parciais e distâncias totais 

Nota
Há pequenas divergências das distâncias que se situam entre os 301,08 e os 314,9 Km

Para informações e mapas mais pormenorizados IR POR AQUI




Sector 1 – Alcoutim – Balurcos (Alt 20m / 200m) 24.2 Km
Altitude mínima 21 m /máxima 206 Balurcos de Baixo


A Via Algarviana começa em Alcoutim, no cais. 
Atravessa a vila e segue para Norte ao longo do Guadiana, um caminho regular e de baixa altitude, onde os caminhantes podem contemplar as belezas naturais do vale. A paisagem é dominada por pomares de sequeiro: amendoeiras, figueiras e oliveiras. 
Cerca de 1 Km depois começa a  desviar-se do rio, em direção a oeste para Corte Pereiras entrando na povoação por um caminho abandonado ladeado por antigas muros de pedra, depois os caminhantes dirigem-se para norte, 

O trilho entre Corte Pereiras e Afonso Vicente  vai cruzar.se com o Conjunto Megalítico do  Lavajo.



Na pequena aldeia encontramos casas, algumas das quais em xisto, e pequenas hortas tradicionais rodeadas por sebes e valas típicas da zona. Seguindo para sul, o caminho atravessa a EM507, e mantém-se na via principal, até entrar numa extensa área florestal, onde o terreno é mais íngreme.
Seguindo para sul, após vários trechos em subida e descida, o percurso chega ao Barranco do Alcoutenejo e junta-se ao Barranco dos Ladrões mais a jusante, formando a Ribeira dos Cadavais. A partir daí, seguindo principalmente para sudeste, o caminho segue em direção a Corte Tabelião. Atravessa a aldeia e desce até Barranco dos Ladrões. Seguindo pela rota principal em direção ao sudeste, Corte Seda logo aparecerá no horizonte. 
Após o cruzamento da estrada, o percurso segue para sul, passando por estreitos desfiladeiros e cursos de água, até chegar ao Monte Torneiro, onde está demarcado um pequeno percurso pedonal (Pequena Rota - PR). A partir daqui, os dois percursos fundem-se até chegarem a Balurcos, terminando assim o primeiro troço da Via Algarviana.

Apontamento
Toponímico -  origem árabe "al-qutami" Falcão Peregrino
Arqueológico - Menires do Lavajo 2.000 a.C., Castelo Velho séc. VIII
Monumental - Villa Romana do Montinho das Laranjeiras. Castelo Novo século XII / XIII / XIV (D. Dinis), Igreja Matriz séc. XVI (portal renascentista), Estátua do Contrabandista, 
História - Tratado de Alcoutim 1371 D. Fernando Fim da 1~Guerra com Castela
Praia Fluvial do Pego Fundo (Ribeira  de Cadavais)





Sector 2 - Balurcos - Furnazinhas - (Alt 22m / 220m) 14,3 Km
Altitude mínima 22 m / máxima 220 m



Este segundo troço começa em Balurcos, pequena aldeia do concelho de Alcoutim. Do centro da povoação, o percurso faz-se por caminhos rurais, muitos dos quais ladeados por muros que envolvem pequenas propriedades onde ainda se pode observar a agricultura de subsistência. A pista é inicialmente plana, mas logo se torna mais íngreme. Poderá observar os vestígios típicos da Serra Algarvia, com inúmeras ravinas e cursos de água.
A ribeira da Foupana é o principal curso de água desta zona e uma das mais bem conservadas de todo o Algarve. 
Passando por Palmeira, a arquitetura tradicional pode ser apreciada aqui novamente: fornos de lenha típicos, casas caiadas de cal e pequenas hortas muradas são características da verdadeira vida no campo. A paisagem vai desde florestas jovens a densas zonas de esteva e a Via Algarviana chega à Foupana, no antigo moinho de água “Moinho da Rocha do Corvo”. 
Apesar da sua inegável importância no passado, hoje é apenas uma ruína.
A travessia do rio é uma aventura e tanto, e uma boa oportunidade para um descanso, porém é preciso estar atento ao seu fluxo antes que cruzar para o outro lado. Em tempo de fortes chuvas pode se tornar intransitável.
Depois deste troço, o caminho entra numa azinheira, com vegetação mais densa, até chegar a Corte Velha, outra pequena aldeia. Aqui, a agricultura e a pecuária ainda são a atividade dominante, criando uma paisagem de plantações de cereais e pastagens. Vários moinhos de vento aparecem no horizonte, todos eles agora abandonados e em ruínas.
A trilha chega a um tanque de água no alto do morro, e desce por uma rampa de pedra na Rua do Fontanário até a EN 505, principal acesso a Furnazinhas. No centro desta bela área termina o segundo trecho da Via Algarviana.





Sector 3 - Furnazinhas - Vaqueiros -  20,3 Km
Altitude mínima 89 / máxima 286



O 3º troço da Algarviana começa nas Furnazinhas. Depois de ter cruzado a aldeia em direção ao N; o caminho leva o caminhante por caminhos inclinados em direção a áreas abertas, prados e grandes espaços cobertos de esteva e, aqui e ali, pequenas hortas ainda utilizadas pelos moradores. O terreno é íngreme e o percurso atravessa vários riachos. De vez em quando, encontramos pinheiros marítimos. O caminhante encontrará pequenos grupos de casas, algumas delas quase abandonadas, como o Monte Novo, construído no caminho principal no ponto mais alto (215m). Chega-se então ao Monte das Preguiças, com uma pequena barragem, que é um excelente miradouro sobre a região, Malfrades uma aldeia tradicional ainda habitada, e finalmente Vaqueiros, centro da "freguesia".
Vaqueiros é a aldeia mais importante desta freguesia e está edificada sobre um antigo arraial mourisco. Aliás, é aqui a freguesia com maior concentração de casas em todo o concelho de Alcoutim, e um estudo da toponímia local evidencia a existência de comunidades rurais desde os tempos árabes. Escavações arqueológicas revelaram vestígios do período romano, ligados à mineralogia.
A maioria das pessoas tem hortas caseiras nas quais plantam vegetais durante todo o ano, para suas necessidades pessoais, e assim a terra se torna seu supermercado, evitando que tenham que ir à cidade regularmente.

Apontamento
Artesanato - Arte de Cestaria

Sector 4 - Vaqueiros - Cachopo - 14,8 Km
Altitude Mínima 236 m / Máxima 411



O 4º troço da Via Algarviana tem início em Vaqueiros. Depois de atravessar a aldeia, o percurso leva o caminhante para sudoeste, permitindo avistar pequenas hortas tradicionais, ladeadas por antigos muros de pedra e ribeiros. Ao longo do percurso o terreno é íngreme e rico em pontos turísticos naturais.
Nesta viagem, o caminhante irá passar por alguns pequenos e apelativos conjuntos de casas como Monchique, Amoreira, Casas Baixas e, por último, Cachopo. 
Em todos eles podemos ver pequenas fazendas, poços de roda d'água típicos e casas tradicionais com paredes de pedra ou sebes e valas ao longo dos caminhos.
Os quintais e as hortas são bem cuidados e a relação com a natureza é muito harmoniosa. O património arquitectónico apresenta alguns elementos interessantes, como fontes, poços, rodas d'água, eiras e vários pormenores arquitectónicos de um passado distante.
Nas Casas Baixas, o caminhante encontra alojamento na antiga escola primária restaurada, onde é possível descansar e pernoitar.
A viagem até Cachopo é muito agradável, passando por um denso montado de sobro, repleto de grandes belezas naturais.
Cachopo é o principal centro populacional. Aqui, as casas são de construção tradicional e a igreja de Santo Estêvão, situada no centro da vila, é um conhecido atractivo de peregrinos.

Apontamentos
Parque Mineiro da Cova dos Mouros, mina rica em cobre, ferro e manganês
Religiosos - Igreja Matriz - invocação de São Pedro, séc XVI

Sector 5 – Cachopo – Barranco Velho -  29,1 Km
Altitude mínima 390m / Máxima 468m

Classificado como bastante difícil, dadas as características do terreno, o setor 5 é também um dos que oferece uma das melhores paisagens de toda a rota. São cerca de 29 quilómetros, num percurso que dura perto d8 horas, por trilhos em plena Serra do Caldeirão.


Grandes sobreiros e densos matos de medronheiros e urzes caracterizam a paisagem. Pelo caminho vai cruzar-se com a Ribeira Odeleite antes de começar a subir para Parises. 
Em Barranco do Velho a cortiça é o motor da economia e marca a região desde o artesanato até ao património histórico. 






Sector 6 - Barranco do Velho - Salir (Alt. 468m / 257m) 14,9 Km
Altitude mínima: 169 m
Altitude máxima: 510 m (Eira de Agosto)




Este troço começa inicialmente numa zona relativamente plana, passando ao longo do Moinho Eira de Agosto, de onde se pode desfrutar de uma vista panorâmica sobre a serra e até à costa. 
Depois de descer até Carrascalinho,  um desfiladeiro muito atraente e arborizado, continua a caminhar na Serra do Caldeirão, passando por densos montados de sobreiros e rica vegetação rasteira mediterrânica, onde existem muitos medronheiros , urzes e alfazema.
A ribeira do Rio Seco marca o início do barrocal algarvio, onde a paisagem se transforma em terras predominantemente agrícolas. Percorrendo caminhos murados e passando por pequenas casas dispersas, chegamos a Salir, o principal centro populacional da zona e a maior freguesia de Loulé.
Salir está situado na “Beira Serra” do Algarve (a transição do Barrocal para a Serra) e estabelece a ligação entre o Alentejo e o Algarve. É uma freguesia de base agrícola e florestal, com um património histórico e natural de valor inestimável e uma paisagem notável. A origem da aldeia perdeu-se no tempo, mas existe a teoria de que era habitada pelos celtas.
Salir é também sinónimo de misticismo, onde as lendas mouriscas perduram ao longo dos tempos… Atreva-se a conhecer a Lenda de Moura Encantada, o Cinturão de Moura ou Pente de Ouro. Podem ser apenas lendas, mas como diz o poeta António Aleixo:

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

As lendas de Salir são uma peça deste povo e parte do seu património cultural.
Esta é também uma das melhores secções para os amantes das orquídeas na primavera, quando estão em floração, se tiver cuidado poderá ver algumas espécies sem grandes dificuldades.
Neste troço existe também a Ligação 2 que liga a Via Algarviana à estação ferroviária de Loulé. Aí pode fazer um desvio para visitar a aldeia de Querença, uma das aldeias mais típicas do Algarve, onde para além das casas tradicionais, o caminhante encontra alojamento, restaurantes, um museu e uma produção de licores.


Sector  7 - Salir -Alte  16,2 Km 

Altitude mínima: 195 m
Altitude máxima: 334 m




Este 7º sector da Via Algarviana tem início em Salir, aldeia situada no troço médio da EN124. O castelo, agora em ruína, representa o edifício histórico mais importante da vila. O percurso passa frequentemente por antigos muros de pedra envolvendo hortas e propriedades rurais, e atravessa alguns conjuntos de casas, como Almarginho, Cerro de Baixo e Cerro de Cima. Ao longo deste troço, a presença de várias rodas-d'água e outros dispositivos hidráulicos tornam a viagem interessante, alguns sinais notáveis ​​de antigas práticas agrícolas.
A Paisagem Local Protegida da Rocha da Pena está à vista do caminhante, ao longo da primeira metade deste troço. Este é um elemento forte na paisagem, com 479 metros de altitude, onde podem encontrar cerca de 535 espécies da flora e muitas outras espécies da fauna. Aqui ainda continua a famosa lenda do Gil Pena! Desafiamos tentar descobrir com a população local esta famosa lenda. 
A trilha passa por Benafim, uma pequena povoação de casas e ruas estreitas onde ainda se pode ver o desenho arquitetônico tradicional. 
Daqui, o caminho segue para norte, passando por vários pomares de sequeiro, característicos do barrocal algarvio, e ao chegar à ribeira do Freixo segue para oeste.
O troço termina acompanhando a Ribeira de Alte, onde o canto de muitos pássaros será uma autêntica sinfonia aos seus ouvidos! À chegada à Fonte Grande e Fonte Pequena, existe um espaço muito agradável para descansar e é quase obrigatório fotografar este local de beleza ímpar.
Alguns metros mais à frente chegamos ao centro da Aldeia de Alte, uma das aldeias mais típicas e bonitas desta região em que merece estar perdido e mergulhar nas ruas e becos desta aldeia, e conhecer o pequeno comércio local. Tudo em Alte, cheira a típico e genuíno!

Pormenores-
Aldeia típica algarvia Em 1938 disputoa com Monsante o tírulo da "Aldeia Mais Portuguesa de Portugal"
Personagem - Cândido Guerreiro
Património Natural - Cascata Queda do Vigário , 24m, Ribeira de Alte; Fonte Grande e Fonte Pequena 
Património Religioso - Igreja Matriz séc XVI, manuelinoª Capela de São Luís séc. XIV
Económico - Mercado Mensal 



Sector 8 - Alte - São Bartolomeu de Messines (Alt. 230m / 136m) 19,2 Km

Altitude mínima: 73 m
Altitude máxima: 271 m




Alte é uma das aldeias mais tradicionais do Algarve, com casas pintadas a cal, vasos de flores ao longo de estreitas estradas pavimentadas em pedra e repleta de pormenores arquitectónicos, como a escuta e as chaminés algarvias.
Seguindo para o Sítio do Montinho, o itinerário atravessa a aldeia e rapidamente entra na típica paisagem rural do barrocal algarvio. Pomares de sequeiro com amendoeiras, alfarrobeiras e figueiras preenchem a paisagem ao longo do percurso, juntamente com pequenas quintas e povoamentos de casas dispersas. Em Perna Seca, o caminho torna-se estreito, aumentando o contato com a natureza. A vegetação fica mais densa e logo o caminhante alcança um pequeno riacho, rico em espécies aquáticas como cinzas comuns, ou loendros. Atravessando a ribeira, o percurso segue em direcção à Torre, pequena povoação onde o artesanato ainda é uma actividade relevante, e segue para norte, passando pela Fonte Santa, ladeando a Rocha de Messines à direita.
O percurso segue ao longo do Barranco do Vale, subindo até à Portela de Messines. Ao longo da trilha, a paisagem é repleta de fazendas com moinhos, tanques e poços.
Na primavera ao caminhar ao lado de extensos laranjais o perfume das flores de laranjeira não o deixa indiferente!
Mas um dos destaques deste setor, é de facto a passagem ao longo da orla do Ribeiro Meirinho, com a sua vasta mata ciliar, uma agradável surpresa, com muita sombra e uma paisagem que certamente o irá surpreender.
Pouco antes de entrar na vila de São Bartolomeu de Messines, a trilha passa por um dos lendários refúgios do Remexido.
São Bartolomeu de Messines situa-se no centro geográfico do Algarve. É uma aldeia antiga, onde muitas das casas datam do século XVII, ainda albergando pedras quadradas. Esta aldeia situa-se no sopé da encosta sul de Penedo Grande, junto à Serra do Caldeirão. Esta Serra inclui uma parte considerável da freguesia.
Uma boa oportunidade para recordar João de Deus, poeta lírico e pedagogo autor da Cartilha Maternal (base de método de ensino de leitura)

Pormenores
Toponimia - Mussiene no tempo dos muçulmanos 
Religioso - Igreja séc. XVI, renascentista, mas fachada barroca
Literatura - João de Deus, Poeta e Pedagogo, Cartilha Maternal para ensinar a ler e escrever, séc. XIX
Museu do Traje - 
Economia - Mercado Mensal, Semana de Gastronomia em Novembro
Património Natural - Barragens Funcho e do Bravura


Sector 9 - São Bartolomeu de Messines - Silves (Alt. 136m /35m) 27,6 Km

Altitude mínima: 12 m
Altitude máxima: 231 m



Este sector começa junto à Igreja Matriz, no centro de São Bartolomeu de Messines. O percurso segue pela rua em que se encontra a casa de João de Deus, poeta local, e depois atravessa a aldeia até à estação ferroviária.
Após a travessia da via férrea, no Bairro do Furadouro, o caminho passa inicialmente entre duas paredes, delimitadas a sul por zonas rurais e a norte por um montado de sobro. Passando por Barradas, e depois de atravessar a EN 1079, chega-se à encosta, onde a paisagem muda significativamente. Aqui, com o rio Arade à vista, a Via Algarviana percorre um caminho muito bonito, às margens de um dos principais rios do Algarve. Neste trecho, o caminhante verá a bela paisagem deste vale fluvial, seus afluentes e a encosta ao redor.
Antes de chegar à barragem do Funcho, o parque de merendas existente oferece um merecido descanso.  Daqui é possível desfrutar de todas as zonas envolventes da barragem, dos montes ondulantes e de algumas ruínas, indicando a presença de vida ancestral e actividade humana.
Depois de cruzar o paredão da barragem, a via terá uma subida significativa, esta é sem dúvida a parte mais difícil deste sector. A Via Algarviana continua ao longo do rio Arade, virando-se profundamente na encosta ao longo da via. 
Até Enxerim, o caminho passa por um vale coberto de eucaliptos, onde se encontram pequenos lagos, açudes, hortas e pomares. A trilha também atravessa o rio Enxerim e segue em direção à estrada principal, onde termina. A partir daqui, Silves, "Celbi,  a capital do al-Andalus" fica a apenas 500m, onde se encontram alojamentos e vários edifícios históricos e culturais de grande interesse.


Pormenores
Feira Medieval Agosto


Sector 10 – Silves – Monchique (Alt 35m / 450m)  28,6 Km
Altitude mínima14m /Altitude máxima 774 (Picota)



Este troço é muito difícil, mas merece cada quilómetro de esforço, num total de 28. Começa em Silves, outrora capital do Algarve, localidade que merece uma visita demorada naquela que será uma viagem ao passado mouro. A paisagem é neste troço predominantemente florestal, até se chegar à vila de Monchique.




Ainda neste setor vai passar por pequenas aldeias que vivem da agricultura de subsistência como  Zebro, Barreiro, Touril e Foz do Barreiro. Aqui o artesanato é famoso, desde a cestaria de cana e vime, às colheres de pau, até à olaria e tecelagem e ainda as famosas cadeiras de tesoura típicas de Monchique. 



Silves marca o início deste troço. A cidade, outrora capital do Algarve, situa-se na margem direita do Arade, sendo o seu castelo mouro construído em grés e adobe de Silves o edifício histórico mais importante. O percurso começa na estrada principal, junto ao rio Enxerim, em frente ao moinho. A partir deste ponto o caminho segue em direção a N.W. em direção à Serra de Monchique, o percurso é acidentado, e a paisagem dominada por plantações de estevas, eucaliptos e pinheiros. Perto dos rios, a vegetação é mais diversificada com plantas aromáticas como lavanda, tomilho e outras. Lerandonneur vai passar perto de aldeias abandonadas como Carapinha e Romano. Após várias subidas e descidas, o percurso chega até Odelouca, o rio mais importante da região. Perto do rio e dos seus principais afluentes, algumas aldeias como Zebro, Barreiro, Touril e Foz do Barreiro mantêm uma agricultura de subsistência, onde encontramos campos de cereais, prados e algumas vinhas. água, é ocasião de uma pausa e marca o início de uma subida contínua em direção à Picota. Seguindo o rio, você notará a vegetação ribeirinha de grande beleza, mas na época das chuvas pode ser difícil de atravessar. O caminho ganha altitude e, de repente, a paisagem muda novamente. Quando chegar à Fonte Santa, não deixará de o surpreender o pequeno complexo termal com água a 27 °, que hoje pertence à vila de Monchique. Para além da presença regular de eucaliptos, o percurso permite desfrutar de magníficos panoramas a sul, a nascente e até à costa.
Continuando a subir, chegará à Fornalha, Corte Grande e Portela de Monchique. Começam os afloramentos de nefelina sienito (rocha ígnea composta principalmente por feldspatos) e chega-se ao cume da Picota, o segundo pico mais alto do Algarve (774m). Uma pausa é bem-vinda. É talvez um dos mais belos panoramas do Algarve com uma vista de 360 ​​°. Em dias claros é possível avistar até Alentejo. Em direção a Monchique o caminho entra agora num magnífico bosque de sobreiros. Ficará seduzido pela beleza deste local, e chegará, sem se dar conta, a Monchique, ao final desta etapa.
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Pormenores

Recordar  Mutahmid
D. Sancho I 1189 , D. Afonso III,   Dom Paio Peres Correia, 1249 Infante D. Henrique, alcaide-mor 1457, D. João II (sepultado na Capela-Mor 1495), ,,  

Toponimia - Cilpes romana  e  Xelb, Xilb ou al-Shilb muçulmana
Património Religioso - Sé Catedral séc. XIII, Cruz de Portugal séc. XV 
Património -  Castelo
Personagens - Diogo de Silves navegador
Património natural - Barragem do Arade




Sector 11 – Monchique – Marmelete ( Alt  450 m / 395m) 14,7 Km


Etapa com uma extensão de cerca de 14 quilómetros classificados como ‘algo difícil’. Este percurso começa numa das referências do património nacional – o Convento do Desterro, fundado em 1631. Daqui o percurso segue por um eucaliptal denso até Fóia (902m de altitude) - serra de Monchique - o pulmão algarvio, devendo ser feito o desvio para chegar ao ponto mais alto do Algarve (902 metros) para apreciar a panorâmica que vai do Alentejo ao  mar e grande parte da costa e estuário do Arade, Portimão., a caminho de Marmelete, o trilho desenvolve-se por um longo vale com uma beleza natural ímpar, percorrendo pequenos povoados serranos.  

Apontamento
Toponímia - Monchique "Montanha Sagrada"
Orografia - Vila 485m; Alto da Fóia 902m ;  Picota, 773m, o segundo ponto mais alto da serra de Monchique
Monumentos Religiosos - Igreja Matriz manuelina,  Século XVI
Caldas de Monchique desde o tempo dos romanos. muito frequentada  por reis e nobres e povo. D. João II que veio a falecer em Alvor em 1495
Artesanato - Cadeiras 
Património Florestal - Pinheiros, sobreiros, azinheiras, Castanheiros, cerejeiras, eucaliptais arborização própria de territórios montanhosos e arbustos variados: tojos, loureiros, zimbros, medronheiros, 
Apicultura, sivicultuta, suinicultura, aguardente de medronho, 

Sector 12 - Marmelete - Bensafrim - (Alt.450m / 31m)  30 Km
Altitude mínima 18m / máxima 386m




Sector 13 - Bensafrim - Vila do Bispo (Alt. 31m  / 49 m) 30,1 Km
Altitude mínima 22m / Máxima 178m


Do centro de Bensafrim o caminho segue para Sudoeste, até  Barão de São João, uma das freguesias rurais de Lagos. Aqui a agricultura, principalmente A primeira parte do percurso passa por uma típica paisagem barrocal de densa vegetação rasteira mediterrânica, onde se avistam azinheiras, alecrim e esteva, entre outros arbustos e um vasto montado de sobro, que proporciona sombra e beleza a esta parte do percurso. O terreno é bastante plano, e assim se chega  a Barão de São João. Aqui, estão disponíveis vários serviços de apoio: minimercado, snack-bar, alojamento e algum património arquitectónico de interesse como a igreja matriz. 
A diversidade de culturas é evidente pois muitos estrangeiros vindos de diferentes países se estabeleceram ao longo dos anos. 
Depois de atravessar a aldeia, a Via Algarviana segue para Noroeste, entrando no “Perímetro Florestal do Barão de São João” (uma área florestal local protegida). Trata-se de um pinhal, muito provavelmente o maior da região, servindo como local de refúgio para animais e como zona de lazer, onde os visitantes podem descansar e fazer um piquenique. Aqui cruzará um dos doze percursos pedestres complementares da Via Algarviana. 
Uma típica paisagem montanhosa emerge mais uma vez em torno da Via Algarviana. O percurso passa por uma sucessão de colinas e vales. De referir o vale de Vinha Velha, zona agrícola fértil, onde decorrem várias actividades agro-turísticas, e o Monte de São Lourenço, próximo do marco geodésico de Pardieiro (144m).
Ao chegar às Sesmarias percebe-se uma mudança na paisagem. Um vasto planalto agrícola rodeia agora a trilha, onde o caminhante pode encontrar o pântano de Budens, uma pequena zona húmida onde podem ser avistados vários pássaros aquáticos e anfíbios, e onde é comum ouvir o coaxar das rãs durante a Primavera.
Afloramentos calcários, arbustos dispersos, extensas pastagens e campos agrícolas marcam a aproximação ao antigo coração agrícola do Algarve e da Costa Vicentina. A sul da EN125, o caminhante entra no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, uma das mais belas áreas protegidas do país, e em breve chegamos ao nosso destino Vila do Bispo.
É neste setor que pela primeira vez verá o mar! Perto da Raposeira cruzará com outro caminho pedonal complementar da Via Algarviana.
Em Vila do Bispo termina o sector e é também aqui que começa o último dia desta grande viagem ao Algarve desconhecido.

Sector 14 – Vila do Bispo – Sagres ( Alt. 91m / 37m) 17,6 Km
Altitude mínima 37m / Máxima   91m



Este último sector da Via Algarviana continua no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, uma das mais ricas e belas áreas protegidas do país. Ao longo do caminho pode encontrar muitas plantas indígenas, paisagens costeiras únicas e, com um pouco de sorte, pode avistar algumas aves raras e típicas desta área, como a Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) e o Falcão-peregrino ( Falco peregrinus).
A partir da Igreja Matriz de Vila do Bispo, o percurso segue cerca de 4km a sul, passando-se pelo cemitério, e depois por campos agrícolas abandonados, na sua maioria “renaturalizados” com arbustos, típicos desta zona. O pastoreio ainda é uma atividade regular e a presença de gado é comum. O terreno é predominantemente plano e, com exceção de algumas colinas ao longo do horizonte, a pista apresenta um nível baixo de dificuldade.
O percurso passa por pequenas colinas rurais, como Catalão e Vale Santo, sendo esta última um dos locais mais interessantes da zona para a observação de aves. Extensos campos de grãos e áreas de pastagem criam o habitat para algumas espécies incomuns, como o Sisão (Tetrax tetrax). Durante a migração de outono, este também é um dos corredores migratórios mais importantes usados ​​por raptores. É também no Vale Santo que a Rota Vicentina (GR11) se cruza com a Via Algarviana.
Com o Farol de São Vicente no horizonte, o caminhante pode ainda visitar a praia do Telheiro. O final do percurso passa por campos agrícolas abandonados e, ao chegar à EN268, a Via Algarviana junta-se à Ecovia do Litoral, seguindo-a até ao Cabo de São Vicente. O misticismo deste local, com uma vista deslumbrante do pôr-do-sol sobre o mar e a paisagem deslumbrante, tornam este local ververdadeiramente inesquecível. 
O último setor da Via Algarviana estende-se por 16,6 quilómetros e é classificado como fácil. Este percurso localiza-se no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e é um excelente local para a observação de aves.
Aqui termina esta grande caminhada pela Via Algarviana entre Alcoutim e o Cabo de São Vicente

Apontamento
Histórico - Fortaleza de Sagres, séc. XV, D. Afonso V. Uma das residência do Infante D. Henrique nesta região.


 








Via Algarviana : etapas
 

- 01 Alcoutim - Balurcos (24,20 km)

- 02 Balurcos - Furnazinhas (14,30 km)

- 03 Furnazinhas - Vaqueiros (20,30 km)


- 04 Vaqueiros - Cachopo (14,88 km)
- 05 Cachopo - Barranco do Velho (29,10 km)

- 06 Barranco do Velho - Salir (14,90 km)


- 07 Salir - Alte (16,20 km)


- 08 Alte - Messines (19,30 km)


- 09 Messines - Silves (27,60 km)
- 10 Silves - Monchique (28,20 km)
- 11 Monchique - Marmelete (14,70 km)
- 12 Marmelete - Bensafrim (30,00 km)
- 13 Bensafrim - Vila do Bispo (30,19 km)
- 14 Vila do Bispo - Sagres (17,65 km)



Perfil altimétrico da Via Algarviana




Comprimento do percurso  Alcoutim - Cabo de São Vicente - 300 Km
Meio do Percurso - Messines / Silves 150 Km

Limites do Algarve
O Algarve é a região mais meridional do Continente;  
.  delimitado a Sul e Oeste pelo Atlântico
. a Norte pela Ribeira de Odeceixe, pelas cristas das serras de Monchique e Caldeirão e pela Ribeira do Vascão
. a Oeste pelo Rio Guadiana que separa o Algarve de Espanha





Alcoutim
As gentes alcoutenejas 
os cozidos à montanheiro ou de grão, ou jantares de grão ou de feijão, açordas, ensopados, migas ou pratos tão simples como os arjamolhos, as sopas de tomate e os gaspachos.
Os pratos de caça são distintos e muito apreciados: 
lebre, javali, o coelho, a perdiz,
os pratos à base de caça e de porco preto, o ensopado de borrego, as sopas de tomate, as migas com carne de alguidar, o cozido de grão, entre muitas outras iguarias.
peixes: a lampreia, a enguia frita ou em ensopado, 
ervas aromáticas como orégãos, poejos, coentros, salsa, hortelã.

e sobremesas? É melhor nem falar




Ponta de Sagres




Sagres gentes do mar, onde a terra acaba e o mar começa, 
tradição pesqueira, :
Tamboril, lagosta, perceves, pargos, robalos, sargos, 
Gastronomia: lulas cheias, o pargo na brasa, a caldeirada de peixe (safio, pargo, raia, tremelgas, pata-roxa, sardinha), a caldeirada de lapas e o arroz de lagosta








quinta-feira, 24 de setembro de 2020

PONTES ANTIGAS ALGARVE

Nota prévia - Os meus blogues não respeitam, propositadamente, o actual acordo ortográfico

Pontes antigas do Algarve


Tavira - Ponte antiga


Muitas são as teorias sobre a existência, ou não, de pontes romanas no Algarve.
As povoações, normalmente,  defendem a sua antiguidade e um dos modos é aproveitar a ponte, se se assemelhar ao modo de construção romano, para a identificar como romana 
Isso acontece no Reino do Algarve e não só.
Será mesmo assim?
A doutrina divide-se
Vejamos as povoações algarvias que reclamam a sua ponte como romana... 
Vamos percorrê-las  do Sotavento para o Barlavento

??? Pontes romanas algarve ???

Ponte da Aberta Nova (Ribeira do Beliche, actualmente submersa pela albufeira)
Almargem, Ribeira do Almargem, Conceição, Tavira, 
Tavira  Rio Séqua / Rio Gilão (1)
Ponte de Moncarapacho, Ribeira do Tronco
Ponte dos Caliços, Ribeira do Tronco, Moncarapacho, Olhão. 
Ponte de Quelfes, Olhão, Ribeira do Tronco (1)
Ponte de Tôr, Ribeira de Quarteira ou Algibre, Loulé
Ponte dos Álamos, Ribeira do Cadoiço, São Clemente, Loulé,  (1)
Ponte do Barão, Ribeira de Quarteira, Quarteira,  Loulé, 
Ponte de Paderne,Ribeira de Quarteira, Paderne, Albufeira. .
Ponte Vale da Vila, Silves Arroio do Rio Arade, próximo da Estação da CP
Ponte de Silves, Rio Arade
Ponte D. Maria II, Ribeira de Bensafrim, Lagos

 (1) Ambas consideradas das mais belas de Portugal


1 - Ponte da Aberta Nova -

Azinhal - sobre o antigo leito da Ribeira do Beliche - Castro Marim
Descrita por Silva Lopes em 1841. Desta ponte nada resta.
Desaparecida com a construção da barragem em 1986


2 - Ponte do Almargem -  


Sobre a Ribeira do Almargem - Freguesia da Conceição - Tavira

 Mais uma ponte de três arcos sustentados por talha-mares piramidais e tabuleiro em ângulo e que muitos classificam de romana 

Referenciada em  meados do séc. XV.

3 - Ponte de Tavira 


Sobre o Rio Gilão

Também conhecida por Ponte Antiga, é um dos pontos máximos da cidade de Tavira -verdadeiro ex-libris-  apesar de que, de romana, já  não tem nada.

A sua origem é muito polémica pois não existem dados concretos sobre a data. Crê-se que havia uma  ponte anterior,  romana,  no séc. III, que terá sido reconstruída ou construída uma outra no seu lugar no início do período medieval.
Esta ponte de sete arcos liga as duas margens do rio Gilão, tendo sofrido alterações no decorrer dos séculos, ficando com o aspecto actual a partir do séc. XVII.


A gravura seiscentista de Tavira 

mostra uma ponte substancialmente diferente da actual


" No século XVII O monumento encontrava-se parcialmente destruído pouco depois, provavelmente em consequência de mais alguma violenta cheia de tal forma que, de acordo com uma lápide que se encontra sobre o portal da fortaleza de Cabanas, o então Governador do Algarve e conde Val de Reis “mandou fazer”, a par daquela Fortaleza, a ponte de Tavira, em 1656"

Este "mandou fazer" deverá entender-se como "mandou refazer"

Na ponte actual é bem visível a parte que “mandou fazer” e que corresponde aos quatro arcos do lado poente com os respectivos talha-mares encimados por balcões tão ao gosto das obras do género dos séculos XVII e XVIII, como por exemplo acontece coma reconstrução da ponte velha de Silves nos inícios do século XVIII. Os restantes três arcos, dos sete que aponte tem, são inquestionavelmente mais antigos, mas, com toda a probabilidade, devem ser posteriores à tal ponte de meados do século XIII de que fala a Crónica da Conquista do Algarve. aos Mouros. pelo Mestre da Ordem de Santiago da Espada -Dom Paio Peres Correia- no reinado de D. Sancho II.



4 - Ponte de Quelfes

 


Sobre a Ribeira do Tronco  - Olhão - Freguesia de Quelfes

Também conhecida como Ponte Velha de Quelfes, é apontada como uma ponte do século I d.C. Ponte de um só arco, é uma estrutura relativamente modesta que permitia a passagem entre povoações rurais. Foi reconstruída várias vezes, tornando-se uma  importante estruturas viárias no território oriental algarvio.

Descrição Complementar

Marco comemorativo da Batalha contra os franceses, situado a NE. do acesso à ponte, contém a seguinte inscrição: "NO DIA 18 DE JUNHO DE 1808, NESTE LOCAL, TRAVOU-SE O COMBATE / ENTRE OS OLHANENSES E TROPAS FRANCESAS, AS QUAIS FORAM DERROTADAS / ATÉ AO SÍTIO DA MEIA-LÉGUA. / ESTE ACONTECIMENTO DEU-SE APÓS O LEVANTAMENTO PATRIÓTICO / DA POPULAÇÃO DE OLHÃO NO DIA 16 DE JUNHO / / ESTA LÁPIDE FOI AQUI MANDADA COLOCAR PELA CÂMARA MUNICIPAL / DE OLHÃO NO ANO DE 1989, PARA LEMBRAR E HOMENAGEAR O FEITO HERÓICO / DO POVO DESTE CONCELHO".

Protecção - Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990


5 - Ponte dos Caliços



Localiza-se a cerca de 750 metros a noroeste da ponte de Moncarapacho, encontrando-se também sobre a ribeira do Tronco. Apresenta dois arcos, sendo o maior de volta perfeita, aparentemente mais recente, e o mais pequeno de meia - volta.

Sobre a Ribeira do Tronco  - Moncarapacho - Olhão

Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990 (ver Decreto)



6 - Ponte de Moncarapacho


Esta ponte situa-se em Moncarapacho, sobre a ribeira do Tronco.
Possui um único arco, de volta inteira, em alvenaria, sendo as lajes ligadas
por argamassa de cal e areia, à semelhança da ponte de Quelfes.
A data de construção é indeterminada mas provavelmente da época Moderna.

Sobre a Ribeira do Tronco  - Olhão - Moncarapacho
Fica a cerca de 750 m da Ponte dos Caliços
Sítio de interesse arqueológico




7 - Ponte dos Álamos



A ponte dos Álamos, sobre a ribeira do Algibre, em Loulé, é, muito provavelmente, da época medieval
Esta ponte ostenta dois arcos, sendo o mais pequeno, do lado poente, de volta perfeita, constituído por aduelas em tijoleiras unidas por argamassa. O arco principal, do lado nascente, é abatido.
A ponte tem um único talhamar triangular.
O tabuleiro é em cavalete .

Sobre a Ribeira do Cadoiço  - S. Clemente - Loulé
Ponte reabilitada em Fevereiro de 2011


8 - Ponte do Barão


Sobre a Ribeira de Quarteira -  - Loulé
Localizada próximo da villa romana da Retorta
Por esta ponte se fazia a ligação de Ossonoba (Faro) com o ocidente algarvio
Actualmente, está  muito descaracterizada pelas obras de beneficiação ao tráfego

Descrição

Situada nos limites dos concelhos de Loulé e de Albufeira, a ponte do Barão apresenta cinco arcos de volta inteira, sendo os das extremidades mais pequenos. Os arcos fecham com aduelas centrais ou pedras de fecho, cuja configuração é ligeiramente em cunha. Os pilares estão protegidos por talhamares de cada lado da ponte, tendo estes um formato prismal.

Os blocos dos arcos e dos talhamares têm as juntas argamassadas com cal e areia desde a base.

De salientar o aparecimento em alguns blocos de marcas de canteiro, sobretudo naqueles junto da base. As marcas visíveis são letras, ainda que apareçam símbolos tipicamente medievais. A estrutura da ponte é muito homogénea, desde a base até aos arcos, donde podemos concluir que poderá ter sido construída de uma só vez. Talvez a sua datação se possa atribuir à época medieval ou mesmo moderna.

Fonte de informação

Câmara Municipal de Loulé




9 - Ponte de Tôr



Ponte de Tôr sobre a Ribeira de Algibre

A Ponte de Tôr foi construída na via romana secundária que ligava Milreu, em Estoi (Faro) a Salir (Loulé). Está  localizada pouco a sul da Tôr Loulé, na  Ribeira de Algibre .
Ainda nesta via existia a Ponte dos Álamos perto de Loulé.
Arqueólogos discutem em torno da origem desta ponte já que, tal como é citado por Susana Carrusca em “Loulé, o Património Artístico”, segundo Jorge Alarcão, professor catedrático da Universidade de Coimbra e especialista da época romana, “embora tradicionalmente tida como obra da fase islâmica ou mesmo quinhentista, apresenta dois arcos de típica construção romana”

Classificada como MIM - Monumento de Interesse Municipal
Despacho de 31-03-2015 do Presidente da CM de Loulé a determinar a alteração da categoria de classificação para MIM


10 - Ponte de Paderne




Sobre a Ribeira de Quarteira


Ponte Paderne século XVIII reconstrução de 1771
Está protegida pela Zona Especial de Protecção do Castelo de Paderne publicada na Portaria n.º 978/99 de 14 de setembro
Ponte do Castelo - Trata-se de uma ponte de feição romana, situada no vale a sudoeste do Castelo sobre a Ribeira de Quarteira, reedificada em 1771 e onde são visíveis três arcos e dois talha-mares com a forma de prisma triangular.

11 - Ponte de Silves


Sobre a Ribeira do Arade - Silves

Ponte Romana de Silves, ou Ponte Velha, é talvez um dos Monumentos mais polémicos, pois há grandes divergências sobre a  verdadeira data de construção
Pela sua arquitectura, a ponte é Romana, construída no tempo em que os Romanos estiveram na Península Ibérica, o que é justificado pelos vestígios de uma via Romana, vindo do litoral para o interior.
Outros historiadores e arqueólogos defendem que a ponte é da época Medieval, datada dos tempos do domínio islâmico na Península Ibérica e atribuem a sua construção entre o século X e XIII.
A ponte de Silves foi  reconstruída no séc. XV.

Em vias de classificação
Com despacho de abertura
Anúncio n.º 71/2016, DR, 2.ª série, n.º 34, de 18-02-2016


12 - Ponte do Vale da Vila (Silves)


Sobre um arroio  junto à actual estação  de caminho de ferro  - Silves

Esta ponte localiza-se num descampado por onde passaria uma antiga via de Silves para Lagoa, num traçado paralelo à actual estrada, depois da estação de Silves no lugar de Poço Deão.
É constituída por dois arcos de volta perfeita com aduelas em grés vermelho de Silves,  O tabuleiro é em cavalete, tendo 2,65 metros de largura, e com calçada composta por pequenas pedras. A ponte, que transpõe uma pequena linha de água, encontra-se num elevado estado de destruição.


13 - Ponte de Lagos - D. Maria II

«Haverá, como costumo dizer, «duas pontes de épocas diferentes sobrepondo-se no espaço», sublinhou a presidente da Câmara de Lagos.




a ponte que atravessa a ribeira de Bensafrim, numa das saídas da cidade de Lagos

Sofreu grandes danos durante o Sismo de 1755, tendo sido reconstruída em 1783 pelo Capitão General Conde de Rezende. 
Nesta altura, foram adicionados dois patamares com bancos, e uma lápide comemorativa. A ponte foi novamente danificada durante uma cheia em Novembro de 1805, tendo sido destruídos três arcos. As obras de reparação duraram até 1807. A ponte foi renovada entre 1958 e 1960, tendo a placa comemorativa sido removida e guardada no Museu Dr. José Formosinho.
Em Fevereiro de 2012 foram-lhe diagnosticados graves problemas estruturais pelo que foi interdita ao trânsito rodoviário;  sofreu profundas obras de restauro concluídas em Agosto de 2015



Com efeito, é pouco provável que existam hoje pontes romanas conservadas no Algarve, o que se prende com uma série de razões.
Boa parte das pontes romanas foram sucessivamente remodeladas ou reconstruídas ao longo dos tempos, o que leva a que hoje em dia muitas delas não apresentem características que permitam atribuir-lhes uma origem romana. Além do mais, construíram-se pontes ao longo de todas as épocas e o facto de hoje se denominar como romana uma ponte, tal não pode ser tomado como um indicador da sua origem cronológica mas tão só um referente a um monumento do estilo romano



1 - Ribeira do Beliche - Azinhal, - Castro Marim
2 - Ribeira do Almargem - Tavira 
3 - Rio Gilão - Tavira
4 - Ribeira do Tronco - Olhão: Pontes de Quelfes, Caliços e Moncarapacho
5 - Ribeira do Cadoiço - Loulé - Ponte dos Álamos 
6 - Ribeira de Quarteira - Loulé - Ponte do Barão, Paderne (Albufeira),Tôr (Rib de Algibre) 
7 - Rio Arade - Silves - Ponte de Silves e Ponte Vale da Vida (arroio do Arade)
8 - Ribeira de Bensafrim - Ponte de Lagos / D. Maria II 



Lista Pontes antigas - Algarve

1 - Ponte da Aberta Nova - Azinhal  Ribeira do Beliche - Castro Marim

2 - Ponte do Almargem - Ribeira do Almargem - Tavira 

3 - Ponte de Tavira - Rio Gilão - Tavira

4 - Ponte de Quelfes - Ribeira do Tronco - Olhão

5 - Ponte dos Caliços  - Ribeira do Tronco - Olhão 

6 - Ponte de Moncarapacho - Ribeira do Tronco = Olhão

7 - Ponte dos Álamos - Ribeira  Ribeira (Fonte) do Cadoiço - Loulé Sul 

8 - Ponte do Barão - Ribeira de Quarteira - Loulé

9 - Ponte de Tôr - Ribeira de Quarteira / Algibre - Loulé

10 - Ponte de Paderne - Ribeira de Quarteira -  Albufeira

11 - Ponte de Silves - Rio Arade - Silves

12 - Ponte do Vale da Vila --- Arroio perto da estação CP - Silves

13 - Ponte de Lagos - D. Maria II - Ribeira de Bensafrim - Lagos


Efectivamente, confirma-se o facto de que durante o período medieval a construção de pontes e de calçadas sofreu um grande impulso.

Em muitas das vias secundárias os romanos construíam com alguma frequência pontes de madeira  e muitas vezes faziam as  travessias dos cursos de água  a vau ou em barca; refira-se  que, além destas pontes, havia outras que não eram integralmente em madeira, pois as fundações e os pilares poderiam ser em pedra, para além de pontes improvisadas em barcos sobre improvisar-se pontes sobre barcos unidos horizontalmente e ancorados, com um passadiço em cima, como é notícia a famosa ponte de Calígula, a lembrar a ponte medieval já referida que existiu a ligar as duas margens do Guadiana.

Saliente-se ainda que a grande via do litoral do Algarve, descrita até Ossonoba, quer no itinerário de Antonino Pio, quer na Cosmografia do anónimo de Ravena, não ultrapassava grandes obstáculos naturais, donde não haver necessidade de um número significativo de pontes.

As grandes vias de ligação do Algarve foram 

para Norte

- o Rio Guadiana até Mértola 

- Via marítima, Costa Sul e Ocidental

para Leste
Via marítima para o Mediterrâneo e Norte de África


Não resisto a deixar três das poucas pontes romanas que resistiram ao tempo. 

Com quase 2 mil anos a testemunhar a presença de romanos, visigodos, muçulmanos,  galegos e portugueses.... no  

Itinerário Antonino  XVII - BRACARA (Braga) a ASTURICA (Astorga) por AQUAE FLAVIAE (Chaves)

Pontes Romanas em Portugal

- Ponte de Trajano - Chaves - Rio Tâmega - 2 mil anos - 18 arcos , actualmente só se vèm 8 pilares assentes no leito do rio e 3 assentam em terra



Ponte Romana de Vila Formosa
Alter do Chão





Ponte romana de Vila Formosa - Alter do Chão - Portalegre lançada sobre a Ribeira de Seda e que ligava o eixo viário militar entre Lisboa e Mérida. 
A construção desta obra situa-se entre os séculos I e II d. C.  e é composta por seis arcos.
De facto, no período romano teria existido no mesmo lugar uma ponte, substituída pela actual.

Ponte Romana de Vizela





Ponte romana de Vizela reconstrução medieval da centúrio de 400
tem três arcos de volta inteira sobre o rio Vizela  e dois talha-mares (cortantes de água).  Tem mais um arco sobre a margem.

Caldas de Vizela sobre o Rio Vizela 
Via Braga - Amarante



 VIA ALGARVIANA    Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945 VIA ALGARVIANA A Rota Completa é um trilho...